Três engenheiros dizem ter assinado laudos falsos sobre obras de escolas
Sete pessoas são investigadas por possível desvio de dinheiro público.
Construtora responsável recebeu R$ 19 mi, por obras que mal começaram.
Os relatórios falsos fizeram com que o governo do estado pagasse R$ 19 milhões à Valor Construtora. A empresa ficou responsável pela construção de seis, das 18 obras previstas em um programa federal para a criação de novas vagas no ensino público. A verba federal era administrada pelo governo do Paraná, que deveria tocar as obras. Ao todo, sete pessoas são investigadas pela polícia e em uma auditoria interna da Seed. Os servidores envolvidos no caso foram afastados das atividades.
Questionado sobre o motivo de ter assinado um laudo falso, ele disse que fez isso a pedido do então diretor de engenharia e projetos da Seed, Maurício Fanini. A mesma justificativa foi dada pelo chefe de fiscalização de obras da Seed, Mauro Maffessoni. Aos policiais, ele confessou que era comum os engenheiros assinarem medições de obras sem terem ido aos locais onde elas eram executadas.
O terceiro engenheiro a confirmar ter feito laudos falsos para a Seed foi Bruno Francisco Hirt. Aos policiais, ele afirmou ter fraudado os documentos por receio de ser demitido da Secretaria de Educação, porque atendia a um pedido de Maurício Fanini, que era seu superior hierárquico.
Outro lado
A dona da Construtora Valor ainda não foi ouvida pela polícia. O depoimento deve ocorrer na próxima semana. Ela deverá explicar aos policiais onde foi parar o dinheiro que a empresa recebeu pelas obras que não executou. Procurada na sede da empresa, ela não foi encontrada para comentar as denúncias. O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que representa a dona da construtora, negou qualquer irregularidade. “Trata-se de pessoas sérias, de uma construtora, de uma empresa séria”, afirmou.
Maurício Fanini também deve ser ouvido pelos policiais na próxima semana. Procurado, ele não quis falar sobre a denúncia. Porém, em nota, o advogado dele disse que Fanini nega as acusações, já que “sequer era o ordenador das despesas relativas às obras investigadas”. No texto, o advogado lembra que quem cuidava dos pagamentos na Seed era o diretor-geral da pasta, Edmundo da Veiga. Assim como os demais citados na reportagem, ele não foi encontrado para falar acerca do assunto.
Assista também:
http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/curitiba/v/policia-prende-cinco-envolvidos-no-esquema-de-fraude-na-construcao-de-escolas-estaduais/4337660/