Dalledone diz que abandonou a defesa do goleiro Bruno Fernandes

Dalledone diz que abandonou a defesa do goleiro Bruno Fernandes

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Segundo advogado, decisão foi tomada por ‘questões éticas’. TJMG diz que renúncia ainda não foi registrada oficialmente.

Claudio Dalledone assumiu a defesa do goleiro Bruno em novembro de 2010 (Foto: Alex Araújo/G1 MG)

O advogado Claúdio Dalledone renunciou nesta terça-feira (6) à defesa do goleiro Bruno Fernandes, que vai a júri popular pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo Dalledone, a decisão foi tomada por questões éticas. “Se a defesa técnica e a autodefesa não concordam, recomenda-se a boa ética que o advogado renuncie”, disse aoG1 sobre a relação dele com o réu. Ele afirma que não poderia concordar com o “argumento infantil”, sustentado pelo que chamou de “defesa em bloco” dos demais defensores, de que quando não há corpo, não há crime.

Além de Bruno, outros sete acusados vão a júri popular no processo sobre a morte da ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Segundo a Justiça, ainda não há data prevista para o julgamento.

Dalledone esteve à frente da defesa do goleiro desde o dia 22 de novembro de 2010. “A minha linha de defesa foi a negativa da autoria. Os autos não conseguem estabelecer a ligação do Bruno, não tem algo que indique que ele prestou auxílio para essa menina (Eliza) ser assassinada. Não há prova da participação dele”, disse.

A renúncia foi protocolada na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na tarde desta terça-feira (6), segundo Dalledone. O G1 entrou em contato com o tribunal. Segundo a assessoria do TJMG, o documento ainda não foi registrado oficialmente no cartório da câmara criminal e lançado no sistema de consultas.

Bruno Fernandes está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele manisfestou a vontade de trabalhar na prisão e, atualmente, recebe salário para ajudar na limpeza.

Trabalho na prisão
Bruno Fernandes, preso acusado do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, é hoje um dos 11.300 detentos do sistema prisional de Minas Gerais que trabalham enquanto cumprem pena, de acordo com o governo. Pelo serviço, ele recebe três quartos do valor do salário-mínimo. Bruno desenvolve estas atividades desde julho deste ano e recebe a remuneração por determinação da Lei de Execuções Penais (LEP). A medida vale como redução da pena referente à condenação de Bruno em processo no Rio de Janeiro, informou a secretaria.

A secretaria informou que ele foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade, que é uma equipe multiprofissional de avaliação, composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, pedagogos, dentistas, gerentes de produção e diretores.

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/12/dalledone-diz-que-abandonou-defesa-do-goleiro-bruno-fernandes.html