Na defesa da Construtora VALOR

Na defesa da Construtora VALOR

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Três engenheiros dizem ter assinado laudos falsos sobre obras de escolas

Sete pessoas são investigadas por possível desvio de dinheiro público.
Construtora responsável recebeu R$ 19 mi, por obras que mal começaram.

Pelo menos três engenheiros que trabalham na Secretaria de Educação do Paraná (Seed) confessaram à Polícia Civil que fraudaram laudos de acompanhamento de obras. Em depoimento, eles falaram sobre o escândalo da construção de escolas estaduais em várias cidades. Relatórios internos da Seed apontavam que as obras estavam quase concluídas, mas, na verdade, mal saíram do papel.

Os relatórios falsos fizeram com que o governo do estado pagasse R$ 19 milhões à Valor Construtora. A empresa ficou responsável pela construção de seis, das 18 obras previstas em um programa federal para a criação de novas vagas no ensino público. A verba federal era administrada pelo governo do Paraná, que deveria tocar as obras. Ao todo, sete pessoas são investigadas pela polícia e em uma auditoria interna da Seed. Os servidores envolvidos no caso foram afastados das atividades.

Um dos engenheiros, Ângelo Antônio Ferreira Dias Menezes, que trabalha na Coordenadoria de Orçamento da Seed, confirmou à polícia ter assinado a medição das obras de uma escola na cidade de Rio Negro, no interior do Paraná. No entanto, Menezes nunca foi ao local da obra para fazer a vistoria. O documento apontava que a obra já estava com 42,77% dos trabalhos concluídos.

Questionado sobre o motivo de ter assinado um laudo falso, ele disse que fez isso a pedido do então diretor de engenharia e projetos da Seed, Maurício Fanini. A mesma justificativa foi dada pelo chefe de fiscalização de obras da Seed, Mauro Maffessoni. Aos policiais, ele confessou que era comum os engenheiros assinarem medições de obras sem terem ido aos locais onde elas eram executadas.

O terceiro engenheiro a confirmar ter feito laudos falsos para a Seed foi Bruno Francisco Hirt. Aos policiais, ele afirmou ter fraudado os documentos por receio de ser demitido da Secretaria de Educação, porque atendia a um pedido de Maurício Fanini, que era seu superior hierárquico.

Outro lado
A dona da Construtora Valor ainda não foi ouvida pela polícia. O depoimento deve ocorrer na próxima semana. Ela deverá explicar aos policiais onde foi parar o dinheiro que a empresa recebeu pelas obras que não executou. Procurada na sede da empresa, ela não foi encontrada para comentar as denúncias. O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que representa a dona da construtora, negou qualquer irregularidade. “Trata-se de pessoas sérias, de uma construtora, de uma empresa séria”, afirmou.

Maurício Fanini também deve ser ouvido pelos policiais na próxima semana. Procurado, ele não quis falar sobre a denúncia. Porém, em nota, o advogado dele disse que Fanini nega as acusações, já que “sequer era o ordenador das despesas relativas às obras investigadas”. No texto, o advogado lembra que quem cuidava dos pagamentos na Seed era o diretor-geral da pasta, Edmundo da Veiga. Assim como os demais citados na reportagem, ele não foi encontrado para falar acerca do assunto.

Assista também:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/curitiba/v/policia-prende-cinco-envolvidos-no-esquema-de-fraude-na-construcao-de-escolas-estaduais/4337660/