Policiais militares do 13° Batalhão acusados de participarem da chacina do Osternack que vitimou 4 pessoas, procuraram a imprensa antes de se entregarem à polícia.
Michel Alvan Diel, 31 anos e Alisson dos Santos Cszulik, 23 anos, foram orientados a falar pelo advogado Claudio Dalledone. Contra a dupla de policiais, há depoimentos de três testemunhas que seriam traficantes. A primeira testemunha disse que Alisson sempre era visto no Osternack acompanhado do parceiro Michel. A segunda testemunha afirmou que Alisson cobrava ‘pedágio’ dos traficantes do bairro. Já a terceira testemunha afirmou que no dia da chacina viu Alisson rodar na região com uma viatura caracterizada, entrar na residência e cheirar cocaína com as vítimas.
O advogado Dalledone permitiu que nossa equipe visse o vídeo feito através de uma câmera de segurança localizada em uma oficina mecânica ao lado do local da chacina que mostra um veículo gol de cor branca parando. Em seguida três homens desembarcam, usando balaclava e um corta-a-frio, para quebrar o cadeado e entrar na casa. Nas imagens é possível ver homens aparentemente de alta estatura e fortes, sendo um deles manca da perna esquerda. Esse seria o traficante conhecido por Titão. Contra ele também há um mandado de prisão. Dois entram na casa e um faz a guarda do lado de fora. Após entrarem as imagens terminam aí. Não foi possível apurar a placa do veículo.
Durante entrevista os policiais relataram que trabalham juntos há pouco tempo, cerca de 1 mês. Eles ainda alegaram que não fazem rondas no Osternack, apenas quando há ocorrências e não há outras viaturas para atenderem naquela região que eles vão para lá. A área de atendimento da dupla é no Pinheirinho. Os policiais alegam que através da imagem não é possível identificar ninguém e foi possível notar é que realmente não dá para identificar o rosto dos autores.
O policial Michel alegou que uma das testemunhas afirmou em depoimento que um dos policiais era alto, loiro e de olhos verdes, se referindo a ele. O que chama a atenção é que Michel tem 1,66m não é loiro e tem olhos castanhos.
Outro fato que chama atenção é a acusação alegando que os policiais teriam usado cocaína no dia da chacina. Os policiais se prontificaram a realizar exame de sangue para que se possa comprovar que não consomem nenhum tipo de droga. Outro ponto relevante do depoimento de uma testemunha é que afirmaram que a dupla foi até o local com uma viatura caracterizada no dia da chacina, porém, os policiais pediram para que fosse utilizada a mesma câmera que registrou a chegada dos autores da chacina, para mostrar a imagem da viatura passando pelo local. Até o momento essas imagens não apareceram.
De acordo com o advogado Cláudio Dalledone, ele acredita que a chacina aconteceu para eliminar a concorrência do tráfico de drogas. Ele não descarta que houve participação de policiais militares, que possam ter coagido testemunhas para incriminar os dois policiais e confundir a investigação.
Os policiais se apresentaram nesta manhã à PM2 (Tropa de elite da Polícia Reservada). Ambos são casados e as esposas estão grávidas e estão sem contato com elas há mais de 1 semana. Ele disseram que irão permitir a quebra de sigilo bancário também.
Contra os policiais não há nenhum histórico de mal comportamento. Eles inclusive já foram homenageados pelos bons serviços prestados à comunidade.
DEMORA PARA SE ENTREGAREM
Durante a entrevista, foi questionado o porque demoraram tanto para se entregarem. Os policiais alegaram que estavam procurando o advogado Cláudio Dalledone quando um outro advogado que alegou trabalhar com o Dalledone se apresentou e enrolou os policiais por uma semana. Estranhando a demora do advogado, os policiais pediram apoio de um amigo que ligou para o advogado Dalledone para saber o andamento da situação dos policiais. Assustado, Dalledone negou que estivesse atendendo os policiais e que alguém estava tentando se passar por ele para conseguir os policiais como clientes.
O CRIME
No dia 30 de junho, quatro pessoas foram encontradas mortas numa casa do Osternack. Entre elas, uma mulher grávida de seis meses. As vítimas foram Jonathan Pereira Velozo, 29; Jacqueline Garcia da Silva, 33 (grávida); Cauane Garcia Diaz, 16; Ailton Garcia Dias, 15. Uma menina de 5 anos foi poupada.
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