O ex-prefeito de Piên, município localizado a 80km de Curitiba, Gilberto Dranka, quebrou o silêncio e pela primeira vez falou a uma emissora de televisão sobre a acusação de ser o mandante do assassinato do prefeito eleito do município, Loir Dreveck. Quase 18 meses após ser preso, Dranka, que há quatro meses deixou a prisão e hoje mora em Curitiba, decidiu dar sua versão aos fatos e trazer um novo olhar para o caso que mobilizou a opinião pública no Paraná.
Em entrevista ao jornalista Daniel Santos, repórter do jornalístico Balanço Geral, da Record Paraná, o ex-prefeito se defendeu e disse que jamais teve seu nome envolvido no caso até a prisão dos suspeitos. “O Gaúcho (Orvandir Arias Pedrini) que era investigado jamais falou meu nome. Existem interceptações telefônicas, gravações onde ele cita nomes e faz acusações, mas jamais meu nome aparece. Em depoimento, ele também não cita meu nome em momento algum. Eu gostaria de perguntar olhando nos olhos dele o por que de me acusar logo quando ele vai preso”, se defendeu Dranka.
Dranka também rebateu as acusações de que ele teria interesse em nomear cargos e ter poder na administração de Loir e por isso teria encomendando a morte do aliado político. “Eu jamais impus nada. Ele tinha total autonomia, montou sua equipe de transição, inclusive com pessoas que atuavam na minha administração e que foram escolhidas por ele. Eu participei da primeira reunião e deixei todos livres para trabalhar. Nunca foi imposto nada, Loir foi eleito, tinha o sonho de ser prefeito e eu estava de saída pronto para retomar minha vida e cuidar das minhas empresas”, foi categórico.
Ameaças e boatos
O ex-prefeito revelou ainda detalhes dos bastidores das eleições de 2016, afirmando que precisou recorrer a justiça para assegurar sua integridade física. “Fui preso num contexto de fofocas e denúncia anônima. Deixei a prefeitura com 84% de aprovação e fiz meu sucessor. Isso irritou os opositores”, comentou. Segundo Gilberto Dranka, durante aquelas eleições ele recebeu uma série de ameaças de morte. “Fiz boletim de ocorrência, fui a audiências, precisei recorrer à justiça para me defender”, comentou.
Forro da casa e medo de morrer
Sobre o dia de sua prisão, Dranka explicou as razões que o levaram a se esconder no forro da sua casa durante a operação que cumpria os mandados de prisão na cidade. “Eu tive medo de morrer. Durante todo o tempo as pessoas diziam que haviam matado o prefeito errado. Eu não sabia que era a polícia, ouvi barulhos, gente invadindo a minha casa, pessoas encapuzadas. Me escondi porque era um alvo, tinha medo de morrer”, concluiu.
Defesa fala
O advogado Claudio Dalledone, que defende Gilberto Dranka, disse que o ex-prefeito é inocente das acusações e afirmou que uma vez julgado pelo povo, será absolvido. “Dranka reúne todos os elementos para uma absolvição. É inocente e provará isso, disse o criminalista.